Vídeo Aldeia neste link:
http://www.youtube.com/watch?v=cFpMRJ06iFM&feature=share
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Pastel seco à Alentejana
Na beira do grande fumeiro da Casa Verde, à luz do fogo que aquece generoso (enquanto as costas recebem a frente fria que vem da cozinha cuja porta não pode estar fechada senão o fumo não sobe pela chaminé)... dançam as pontas dos meus dedos ao ritmo das labaredas no pastel seco. Na beira de novos amigos que tocam viola e cantam, acompanhando o meu gesto, na inspiração da partilha amorosa da Natureza, que pede a Graça misericordiosa de uma gota de chuva, nascem as formas e sem saber como aprendo a dar vida... brotam árvores no papel e suas copas se tocam comungando segredos que só revelam a quem as abraça e escuta...
Belos foram os dias como voluntária na Comunidade da Aldeia das Amoreiras.
Fazendo novos amigos, revendo amigos de longa data que agora vivem pelos montes alentejanos criando abelhas, fazendo sabão e casas de banho secas como miradouros para as estrelas (nunca me senti tão inspirada num WC seco como neste da Patrícia, com janela para o Universo hehehehe), caiando o interior da casa ao som de Sérgio Godinho, cozinhando, rindo, cantando, cuidando e sendo cuidada, de catana em punho no quintal a cortar em pedacinhos ramos podados das oliveiras e silvas arrancadas à sua raíz... para devolver à Terra o que dela temos tirado, tirado e tirado: carbono.
Cada vez que baixa o peso da catana sobre mais 5 cm de futura biomassa cortada é uma oração de perdão e gratidão por tudo o que a Terra nos dá e a oportunidade de devolver a ela...
Centenas de anos a atirar para cima, agora há que devolver atirando para baixo...
Belos foram os dias como voluntária na Comunidade da Aldeia das Amoreiras.
Fazendo novos amigos, revendo amigos de longa data que agora vivem pelos montes alentejanos criando abelhas, fazendo sabão e casas de banho secas como miradouros para as estrelas (nunca me senti tão inspirada num WC seco como neste da Patrícia, com janela para o Universo hehehehe), caiando o interior da casa ao som de Sérgio Godinho, cozinhando, rindo, cantando, cuidando e sendo cuidada, de catana em punho no quintal a cortar em pedacinhos ramos podados das oliveiras e silvas arrancadas à sua raíz... para devolver à Terra o que dela temos tirado, tirado e tirado: carbono.
Cada vez que baixa o peso da catana sobre mais 5 cm de futura biomassa cortada é uma oração de perdão e gratidão por tudo o que a Terra nos dá e a oportunidade de devolver a ela...
Centenas de anos a atirar para cima, agora há que devolver atirando para baixo...
Alexandra Carvalho©, 2012
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